E agora, em tua epístola censuraste-me, mas isso não importa. Não estou zangado; antes, regozijo-me pela grandeza de teu coração. Eu, Paorã, não busco poder; procuro somente conservar minha cadeira de juiz para preservar os direitos e a liberdade de meu povo. Minha alma permanece firme nessa liberdade com a qual Deus nos fez livres.
Alma 61:9
A dádiva divina que nos foi dada antes mesmo de nascermos nessa terra foi a liberdade. A liberdade de pensar e agir por nós mesmos. Essa liberdade é também chamada de livre-arbítrio.Antes de nascermos nesse mundo vivíamos em um mundo como espíritos, já dotados de liberdade. Lá fomos apresentados o plano para nosso progresso. Esse plano requeria uma figura central: O Salvador. Segundo as escrituras duas pessoas se voluntariaram para essa posição, e Deus, o Pai, escolheu uma, Jeová (também conhecido posteriormente como Jesus). O outro que se apresentou era Lúcifer, (também conhecido posteriormente como Satanás) (Abraão 3:22-28, Moisés 4:1-4); ele porém havia sugerido algumas modificações essenciais no plano para que ele fosse o salvador:
- Retirar a liberdade (o livre-arbítrio);
- O resultado glorioso da salvação universal, seus louros e sua glória fosse atribuído a ele;
- E que Deus desse seu lugar a ele.
Lucifer sempre foi muito inteligente e seu plano faz perfeito sentido: retirar a liberdade faz com que os indivíduos não cometam pecados, sem pecados o sofrimento do salvador seria nulo e salvar todo mundo não exigiria esforço algum. Ele resolveu o problema na raiz: a liberdade.
Acontece que Deus gostava da liberdade e sem ela a salvação não teria muito sentido. Seria como dar medalha a robôs programados para correr os 100m rasos após terem corrido todos empatados. Não existe nenhum mérito no robô, mas naquele que os programou. Suas medalhas deveriam ser entregues ao que os programou e não aos robôs. Por isso ele, o programador e salvador, ficaria com toda a honra, louros e glória, já que o resultado da corrida foi criado e possibilitado por ele e não houve qualquer participação dos robôs no mérito de ganhar a corrida. Por outro lado, ninguém perderia a corrida. Essa ideia era muito tentadora.
Muitos desejaram portanto se aliar a Lúcifer e entregar sua liberdade em troca de um céu cheio. Não haveria ninguém que se perdesse no caminho. Claro que da mesma maneira, ninguém chegaria do outro lado, uma vez que sua essência (suas escolhas e sua liberdade de pensar e agir) seriam perdidas em troca. Mas ainda assim, fazia sentido para muitos que a troca valeria a pena: ser um espectador da sua vida, sem tomar nenhuma ação e desfrutar do mais alto grau no céu junto de todos seus amigos e entes queridos para sempre sem ter que correr o risco de não chegar lá.
Iniciou-se uma batalha e o resultado foi que estamos aqui; livres.
Lucifer, agora Satanás, continua com o mesmo objetivo. Talvez por orgulho, quer mostrar que seu plano funciona e continua com o único objetivo de retirar nossa liberdade. Ele usa de diversos artifícios para isso, mas o objetivo claramente é o mesmo: destruir a liberdade com que Deus nos fez livres.
Hoje em nossa sociedade muitas pessoas pregam e pensam a mesma coisa. Elas dizem que as pessoas farão péssimas escolhas e por isso não devem ter o privilégio de escolher. Dizem, por exemplo, que as pessoas não devem ser permitidas ganhar ou acumular riquezas porque é pouco provável que compartilhem seus bens com os pobres. Para resolver esse problema criam-se impostos ou outras maneiras de retirar parte dessa riqueza alheia e distribuí-la para assim forçá-los a realizar a caridade que essas pessoas, se deixadas livres, talvez, não fizessem. Quem recebe a glória da caridade que essas pessoas foram forçadas a fazer? O governante, não o trabalhador. Afinal, o trabalhador não fez nada por aquela ação senão o que o governo lhe impôs a fazer e ele não teve escolha.
Há quem diga até que o próprio Jesus, apoiava esse tipo de "incentivo" para que todos compartilhassem seus bens generosamente. Não. Existe uma única diferença: a liberdade de fazê-lo pela sua própria vontade.
Essas pessoas sugerem criar uma sociedade perfeita, onde todos fazem o que são obrigados por não terem a liberdade para fazer diferente. Essa idéia, como vimos, não é nova.Como resistir então, nessa guerra pela liberdade? Como conservar aquilo que é o bem mais precioso e que continua sendo atacado?
Em sua carta a Moroni, após receber um sermão pelo que Moroni achava ser sua negligência, Paorã disse:
E agora, em tua epístola censuraste-me, mas isso não importa. Não estou zangado; antes, regozijo-me pela grandeza de teu coração. Eu, Paorã, não busco poder; procuro somente conservar minha cadeira de juiz para preservar os direitos e a liberdade de meu povo. Minha alma permanece firme nessa liberdade com a qual Deus nos fez livres.
E agora, eis que resistiremos à iniquidade, mesmo com derramamento de sangue.
Submeter-nos-íamos ao jugo da servidão, se isso fosse requisito da justiça de Deus ou se ele nos ordenasse que o fizéssemos.
Mas eis que ele não manda que nos submetamos aos nossos inimigos, mas que tenhamos confiança nele e ele nos livrará.
Portanto, meu amado irmão Morôni, resistamos ao mal; e ao mal que não pudermos resistir com nossas palavras, sim, como revoltas e dissensões, resistamos com nossas espadas, a fim de conservarmos nossa liberdade
Alma 61:9-14
Busquemos conservar nossa independência! Esforcemo-nos em participar ativamente do cenário civil e político exercendo nossa influência para criar um país onde haja liberdade e educando nossos filhos para que amem a liberdade e a preservem.
Comente de que maneira temos nossa liberdade tem sido atacada e como podemos lutar para mantê-la.
Comente de que maneira temos nossa liberdade tem sido atacada e como podemos lutar para mantê-la.